A Homeopatia, criada pelo médico alemão Samuel Hahnemann há mais de 200 anos, foi trazida ao Brasil em 1840 pelo médico francês Benoit Jules Mure. Passados mais de 170 anos, apesar do longo caminho percorrido e dos diversos avanços em sua prática, ela ainda sofre perseguições e críticas da velha alopatia, fazendo com que se torne mal interpretada e desconhecida por algumas pessoas.

Ainda assim, o que muitos não sabem é que aqui temos uma das mais bem praticadas homeopatias do mundo, principalmente por ser também reconhecida como uma especialidade médica, apesar de não ser exclusividade destes.

Baseada em leis naturais e tendo como princípio o conceito enunciado por Hipócrates (considerado o pai da medicina) de que “a doença é produzida pelos semelhantes e pelos semelhantes o paciente retorna à saúde”, a Homeopatia busca tratar o indivíduo como um todo, fazendo com que este reestabeleça a sua capacidade natural de auto equilíbrio e cura.

Em um caminho inverso, a terapêutica na qual se fundamenta a medicina ocidental, a alopatia, se baseia no princípio dos contrários, ou seja, para combater uma doença utiliza-se substâncias que atuam contrariamente aos sintomas.

Para mostrar de forma mais clara a distinção entre estas duas correntes, nos reportamos ao quadro de Orlando Gonzales (Revista Homeopática Brasileira, 1986):

ALOPATIA HOMEOPATIA
• Experimenta o remédio em
animais e no homem doente.
• Experimenta substâncias deflagradoras de processos patológicos (e não remédios) no homem são.
• A apuração dos resultados da experimentação em animais e doentes tem por base predominante a estatística. • Os resultados da experimentação no homem não doente são avaliados, tendo em vista a eficácia de desfazimento dos sintomas
induzidos.
• Busca conhecer tão-só o caminho de supressão do sintoma. • Conhece o caminho de produção de estados patológicos e o consequente retomo ao estado hígido.
• Cada sintoma, uma doença. • O conjunto de sintomas é o que
importa.
 • Trata da doença, como um fenômeno independente de seu portador. • Trata da pessoa, terreno produtor da afecção. Esta reflete meramente a desarmonia daquela.
• Tem o agente ou a disfunção
como causa da doença.
• Tem a vulnerabilidade da pessoa como campo propício à germinação do sintoma.
• Considera o germe (mesmo quando não detectável: “é uma virose”) a causa única de certas doenças. • Apresenta o germe como uma das consequências do desequilíbrio individual (orgânico e/ou psíquico), como um segmento da evolução desse desequilíbrio.
• Compartimenta o corpo humano; gastroenterologia, cardiologia, urologia, etc. • Entende o homem como uma unidade cosmo psicossomática irrepartível, indesdobrável.
  • Vê o sintoma à doença.
 • Toma o sintoma como um dos sinais do desequilíbrio individual.
• Descansa sua terapêutica integralmente na análise laboratorial. • Acolhe os dados de laboratório como informação que se vai agregar ao conjunto de típicas do paciente.
• A terapêutica inexige adaptações de ordem individual (em
geral, é padronizada).
  • A terapêutica é individualiza-
    da, levando em conta:

a)O biotipo

b)As idiossincrasias

c)A modalidade do sintoma (forma, cor,
agravações, melhoras, alternâncias, etc.)

d) O relacionamento dos sintomas mentais
com os orgânicos.

e)A época de predominância dos sintomas.

f)O temperamento.

• É substancialmente química. • É substancialmente dinâmica.
• Agride a reação orgânica, promovendo o aparecimento de situações predisponentes a novos males. • Desperta a reação orgânica, conferindo eficiências ao sistema imunológico.
• Possui tendências genéricas e matematizantes.  • Teórica e praticamente dá importância às características individuais, evitado parâmetro (inflexíveis) e fórmulas de uso indistinto.