A Doença de Parkinson é uma doença neurológica, degenerativa, crônica e progressiva que acomete, geralmente, pessoas a partir dos 60 anos. Ela ocorre pela degeneração de neurônios do Sistema Nervoso Central, mais especificamente em uma região conhecida como Substância Negra (ou Nigra). Os neurônios dessa região sintetizam o neurotransmissor dopamina, cuja diminuição nessa área provoca sintomas predominantemente motores, porém, sintomas não motores, como depressão, alterações do sono, comprometimento da memória e distúrbios do sistema nervoso autônomo, também estão frequentemente presentes nos pacientes com essa patologia.

Ela é caracterizada por quatro sinais que são considerados essenciais ou clássicos: rigidez, tremor, lentidão, dificuldade ou perda de movimentos, e instabilidade postural. Estes sintomas geralmente começam gradualmente e pioram com o tempo. Na medida que se tornam mais evidentes, os pacientes podem ter dificuldades para andar, falar, escrever ou completar outras tarefas rotineiras. Sua evolução varia de paciente para paciente, sendo que os sintomas sensitivos são muito comuns, principalmente dor, ardência e formigamento que geralmente ocorrem na região do comprometimento motor.

Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) a Doença de Parkinson aparece sob o sintoma de “tremores”, sendo sempre relacionada a “Vento de Fígado”. O Vento, na MTC, é o fator patogênico mais comum nas desarmonias e tem a característica intrínseca de se espalhar com rapidez, podendo ser comparado ao vento da natureza. Segundo CHUNCAI “O vento é a causa de muitas doenças. É dinâmico e mutável por natureza. Quando invade o corpo haverá muitas manifestações patológicas”.

Dessa forma, existem quatro principais fatores que geram os padrões de desequilíbrio que estão ligados aos sintomas característicos da Doença de Parkinson, todos relacionados ao Fígado: sobrecarga de trabalho, atividade sexual excessiva, dieta inadequada e tensão emocional. A exposição prolongada e contínua aos fatores que geram o desequilíbrio torna-se um ponto determinante para o agravamento da doença.

Por isso, como em várias outras patologias, a prevenção deve ser o caminho adotado para evitar o surgimento do desequilíbrio. Neste sentido, o tratamento com base na acupuntura e fitoterapia chinesa busca prevenir, amenizar e/ou estabilizar os sintomas da doença.

Faz-se necessário destacar que, diferentemente da medicina Ocidental, na Medicina Tradicional Chinesa a Doença de Parkinson apresenta-se em vários padrões diferentes, sendo o diagnóstico correto do padrão que afeta um determinado paciente um fator relevante para o acompanhamento eficaz do mesmo. Logo, procurar um profissional capacitado para realizar o processo de avaliação, diagnóstico e tratamento correto é essencial nesse processo.

É inegável que, considerando-se que os excessos de trabalho, atividade sexual e alimentação inadequada, associados a um ambiente de estresse continuo, são fatores que contribuem diretamente para o desenvolvimento dos padrões de desarmonia, a reavaliação dos hábitos de vida é determinante para influenciarmos nos fatores ambientais que geram esses desequilíbrios. Fazer escolhas conscientes sobre esses quatro aspectos é fundamental para mantermos nosso equilíbrio físico, mental e emocional.

Ana Laura Larrosa – Acupunturista